Deslizante Letra Rosé

Ao meu avó, um homem de seu tempo.
Colei um desenho que fiz outro dia pensando nas paisagens que via quando ia visitar meu vô, pai do meu pai. Homem elegante que vivia na roça e se vestia com calça de alfaiataria, camiseta branca por baixo da camisa e relógio de bolso.

Eu adorava perguntar as horas só para vê-lo tirando o relógio do bolso!

Lembranças boas que trazem saudades da infância e dos sonhos que eu inventava. Saudade, palavra que carrega em si uma infinidade de situações, veja só… tem saudade que movimenta, e tem saudade que paralisa. Tem saudade que se apaga mas tem as que fazem brilhar, tem outras que fazem sorrir e chorar, tem saudade que mata ou morre. Tem uma saudade que é diferente é só saudade mesmo, de verdade.


Continuo sentindo saudades… mas é diferente. Prefiro a presença, no entanto, é bonito ver e sentir os afetos que se mantém na distância, especialmente na ausência que se faz presença. Bonito, sem explicação, é o tipo de coisa que se sente e não tem ensinamento, é só sentindo que se sustenta. No mais, a vida continua acontecendo dia a dia, hora a hora, minuto a minuto com a dimensão e a perspectiva que cabem no horizonte pois agora que estou escrevendo e desenhando vou dando corpo as palavras e as imagens que insistem em repetir. Saudades!

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